quarta-feira, 13 de junho de 2012

Sobre Amor e Manuais de Instruções



Sempre ouvi dizer que a melhor das invenções que faltam no ser humano seria um manual de instruções. Sabe, teria mesmo suas vantagens.  Se interessou por uma pessoa? Pega o manual, dá uma lida, veja o que agrada e como agrada o tal indivíduo, qual tipo de pessoa lhe convém mais .
Mas sabe, acho que as vantagens ficariam por aí. Primeiro porque muitas pessoas viriam ao mundo trazendo seu manual algum tipo de hebraico bem antigo e praticamente indecifrável. Segundo porque pense só na quantidade de falsificações que seriam feitas em coisas desse tipo e terceira: Qual seria graça, ou nem digo graça, qual seria o sentido de se amar alguém ou de se buscar alguém para amar? Sim porque amar não é (ou não deve ser, ao menos) uma busca de qualidades, de compatibilidades, de encaixes perfeitos de personalidade. Relacionamentos deveriam ser bem mais que isso. Identificar alguém que lhe valha realmente a pena deveria ser sim motivo para assumir o risco de tentar, meio como se alguém te pedisse para treinar a Seleção Brasileira para a próxima copa, entende? (Claro que não entende, que analogia mais ridícula, mas foi a melhor que eu consegui achar). Ela vai estar destinada ao fracasso, todo mundo pode dizer que não vai dar certo, mas se você não se atrever a assumir o cargo e não cortar o Neymar, nunca saberá de verdade se iria ser campeão.
E as incompatibilidades? Elas não serviriam pra nada, vai ver por isso que não temos manuais. Quantas vezes nos apaixonamos pelos defeitos dos outros tanto quanto pelas qualidades e além disso amar não é ir além, em busca de um enriquecimento pessoal mútuo? E fora que manual nenhum tornaria possível entender uma mulher ou como consertar a seleção, na boa.