quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Uma Moça Como Todas As Outras




  Clarisse. Uma moça como todas as outras. Uma menina que faz sapateado como todas as outras. que escuta blues como todas as outras. Que assiste a filmes do Godard como todas as outras. Que joga xadrez e toda tarde ao chegar da escola, vai para o quintal, acomoda-se em uma árvore e põe-se a ler livros de Shakespeare como todas as outras. Mas as outras meninas não gostam de ganhar flores. E talvez ela não seja assim tão comum.
 Mandei flores para Clarisse, mas as flores murcharam sem que ela as visse. Despencou da árvore e morrera  ontem. Mudei de ideia novamente. Clarisse é tão comum que morreu, como sempre morre todo mundo.

sábado, 15 de setembro de 2012

Um Post Sobre Infância



Bem, eu fui uma criança feliz. Cresci com saúde, rodeado de brinquedos e do amor da minha família, como tem de ser. Mas ainda sim conversando com as pessoas, sempre acabo descobrindo algo que aparentemente todas as crianças faziam e que eu não me recordo de fazer.
Comer barro, sabão ou cola, por exemplo, (embora a do sabão sempre seja demais pra mim, mas vai, entra na descrição também) conversando com amigos sobre infância, sempre alguém  tem uma boa história sobre comer uma dessas coisas. Eu nunca tive problema nenhum com isso. Eu também nunca tentei enfiar dedo em tomada, nunca saltei do berço, levei um tombo feio, em resumo eu era uma criança muito sem graça.
Mas eu acho que o meu certificado de sem-infância está mesmo em não ter assistido O Sexto Sentido. Inclusive, mesmo adorando cinema, eu não assisti até hoje e espero ganhar ele de presente,qualquer hora dessas, diga-se de passagem.
Traumas também não tenho muitos, tirando aquela semana cultural na primeira série em que  a Tia Vilma  me obrigou a usar uma fantasia de mula sem cabeça. E até hoje eu tento entender porque a fantasia consistia em uma roupa de jornal até o pescoço, com uma máscara que imitava chama por três horas seguidas. Tava quente e minha mãe foi me ver logo no começo e ainda me mandou ficar até o fim. Enfim, com todas as idas e vindas  tive uma excelente infância que me deu as bases para o que sou hoje e para o que eu pretendo ser amanhã, como essa fase tem mesmo de ser, mas Tia Vilma eu te odeio, na boa.

Sobre Mudanças, Idas e Vindas (Ou o Eterno Ioiô Que É Esse Blog)



 

E cá estamos nós mais uma vez. Voltei a escrever aqui. Estava difícil continuar, então eu parei. Mas as coisas mudam, assim como certo dia você acorda e percebe que perdeu o gosto por sei lá, chupetas ou por assistir Malhação, por exemplo.
Eu não sei bem sobre o que escrever, vou deixar a coisa fluir naturalmente. Para se escrever, tem que se aventurar, ter algo a mais para contar. Não que eu tenha algo para contar, mas o mais importante é se fazer o que gosta, eu gosto de escrever, tirando claro redação de “como foi minhas férias”, onde para passar de quinze linhas, eu acabava mentindo sobre piqueniques no parque e viagens a casa de avós, porque a professora de certo não ia aceitar a verdade nua e crua de duas linhas: acordei depois do meio-dia e joguei super nitendo durante trinta dias seguidos. Ela me daria zero de todo modo, porque nunca consegui finalizar Super Mario Bros,talvez eu devo ter sido a única criança dona de um videogame que não finalizou Super Mario. Mas enfim, é isso, estou aqui de novo. Vamos ver até onde vai dessa vez, mas dessa vez sem redação sobre férias, sério.