domingo, 9 de junho de 2013

Das Mais Novas Teorias Conspiratórias


  A humanidade é movida à mistérios. Quem somos, para onde vamos, como se forma um tornado ou como eu consegui tirar dez naquela prova mesmo errando três questões são perguntas que sempre instigaram e fizeram a civilização “progredir” rumo a algum lugar, mesmo que seja rumo ao seu próprio fim.
  E desse modo não demorou muito para que uma parte das pessoas que caminham sobre esse mundo pirado começassem a notar que nada é por acaso e assim certos eventos tidos como aleatórios passassem a ser questionados. É interessante investigar mistérios, bacana sair por aí montando quebra-cabeças, mas sempre haverá uma teoria conspiratória para tudo o que existe e por isso mesmo às vezes fica difícil conviver com tanta ideia muitas vezes espremida, puxada e encolhida para caber dentro de uma convicção qualquer, ao bel-prazer de alguém que apenas cansou de ver Discovery Channel e decidiu sair à caça  de suas próprias explicações para qualquer coisa.
  Assim, ocorre que tudo acaba sempre questionado. O sucesso das telenovelas, o fracasso da Seleção Brasileira, o atentado de 12 de setembro, o terrorismo da tv aos domingos, as pirâmides egípcias e a velhinha que passeia com o cachorro que curiosamente sempre acaba fazendo cocô em frente aqui de casa, tudo isso é engrenagem de uma peça muito maior, que sempre inclui você, quer queira quer não e faz de cada um alguém responsável e um pouco produtor daquela sujeira que o cachorrinho faz diariamente em frente à sua casa.
  Pensar sobre essa perspectiva é legal quando não há nada pra fazer, quando passando numa praça lotada de pessoas você é a única pessoa a qual o pombo capricha na mira ou naquele momento em que mesmo sentado lá atrás o professor pergunta numa sala de quarenta alunos pra você (e apenas você) se está compreendendo a matéria, quando na verdade estava voando tão longe que nem sabe ao certo o que o professor te perguntou e tem que arriscar um “sim” para ver se ele te deixa em paz. Mas em geral é mais confortadora a ideia de que nem sempre há alguém manipulando tudo o que acontece de bom ou ruim, que as lhamas ainda cospem na sua cara com precisão e vontade próprias, que se houver uma guerra entre homens e alienígenas poderemos sim ganhar, que o Galvão Bueno um dia irá pedir aposentadoria.
  Podemos ser apenas formigas numa caixa, o Planeta Terra pode até ser apenas mais uma bolinha de gude a vagar no universo, facebook pode realmente ser uma forma de alienação coletiva, esse texto pode apenas não existir, sendo lido em um tela que não existe, diante de você que pode simplesmente nem existir, não além de um grande programa de computador o qual eu chamarei de vida e os mais nerds de Matrix. E continua sendo estranho o fato de que naquela noite de sábado em meio a um feriadão, as lanchonetes no entorno do maior hospital de emergências da capital e talvez da região só estavam comercializando salgados de carne. Talvez tudo isso não faça sentindo algum, talvez tenha algum significado. De garantia eu não lanchei aquela noite. Alguém em especial pode muito bem achar semelhanças entre uma conversa tida num banco de shopping dia desses e essa postagem, mas no fim isso deve ser apenas parte de mais uma das mais novas teorias conspiratórias.

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