Sou daquele tipo de pessoa que acredita que nada é por
acaso. Não tropeçamos por acaso. Não lemos um determinado livro ou assistimos
um certo filme por acaso. Não somos alérgicos a refrigerantes de uva por acaso.
E não nos apaixonamos por acaso. Mas lógico que existe uma distância gigantesca
entre entender o significado das coisas e ter a plena consciência de que elas
existem. E assim, o amor se faz um desses enigmas que talvez só Robert Langdon
com seu conhecimento sobre simbologia, ou os elfos da Terra Média que sabem ler
runas antigas, saibam responder. Ou talvez nem eles.
Porque se formos ver
a sério, somos um aglomerado de situações aleatórias, uma enciclopédia de
acontecimentos que não fizemos a menor força para acontecer. Aquele instante em
que você se abaixa para amarrar os sapatos, aquele segundo em que alguém te
suja de maionese temperada ou que você está tendo um dia ruim e chega na parada
de ônibus a tempo de ver um maluco descalço com um cachorro nos braços gritando
“agora nós vamos mostrar a eles”. Bem, nada disso pode ser por acaso, mas se
você se perguntar o que vai ganhar por estar perto do cara com o cachorro, além
de pulgas, talvez não tenha uma resposta convincente.
E é quase assim com
o amor (ou eu não sou bom com analogias, provavelmente não sou). Mas o fato é
que tanta gente está sempre entrando na sua vida. O tempo inteiro. Algumas
delas não vão ser relevantes na sua existência, outras terão um lugar reservado
por todo um longo período, talvez para sempre. E por algumas nos apaixonamos. E
pronto. Em um instante nos vemos com chocolates, programações de cinema e
mensagens de facebook e por muitas vezes o resultado não é o esperado e nos
tornamos apenas um aceno sem nome no meio da multidão. Porque não se escolhe,
não basta escolher, se é escolhido, tem que ser escolhido de volta. E nesse mundo de inconstâncias, onde todo
mundo parece criar uma bolha, um mini mundo onde só seus interesses podem
entrar e que de retorno garantido não se tem nem a volta para casa,
frequentemente nos damos com os burros n’agua. E essa é a parte que eu ainda
não consegui entender, o porque de largar os pobres burrinhos na água. Mas por
não saber as respostas, não quer dizer que elas não existam. Resta então
aguardar o dia que as pontas vão se atar e entender o quanto aquela sua mania
de deixar copos com água espalhados pela casa vão salvar você de um apocalipse
alienígena um dia.
Own, menção a mim na parte :" Não somos alérgicos a refrigerantes de uva por acaso."
ResponderExcluirSó ainda não descobri qual a finalidade de ser alérgica!
Um dia descobrirá. Por hora apenas ache legal o privilégio de uma alergia tão atípica em tempos onde todo mundo é tão igual.
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